22.2.06

22022006

pois é, eDu, finalmente nasceste...
embora nem parecesse, e nem por isso pareces estar
mais vivo ou mais morto do que costumavas aparentar,
tampouco mais ou menos torto do que sempre esteves,
desde o segundo nascimento - que o primeiro não conta -
nascimento no qual se tornaste gente, dos pensantes, nada mais
[aquele dos homens medíocres e seus 100 valores morais].
engenheiros do tempo, melhor mesmo é parar de contar - tudo é cabeça -
trinta e dez é igual a quarenta, não faz diferença...
e ainda assim tens muito o que melhorar... ah se tens!
este teu jeito enfático, cangaceiro de discurso-peixeira
que enfileira & intimida pela des(-razão) da (des-)razão,
entorta & sufoca & inibe & abafa a todo discurso,
anti-curso do que buscas, que também és tu um solitário...
- e se ja eras, ainda mais agora, arauto galgo de coisas & sofrimentos
+ de tudo, então tu, esmo esborro, fidalgo dalgo incerto,
valgo de tu mesmo, quinta parte ou sesmo do que pretendias inteiro,
sendeiro oscuro & ebscuro, danado de errado e bom, que não aprendeu
a contar de dez a um, mas de vez por todas & que sempre já soube:
só mais um... só mais um... para sempre só mais um...
aí solitarionauta partes em busca desafreada a caçadas insanas
deshumanas e deshalmadas por todos os futuros hontems e passados ojes
de todas as almas (inumanas) que poçã hexistir, fossa himunda
de todos os apegos e (de)formações: todamágoa, todorancor, todaraiva
- aquela mesma que nos mata em cada dia dos nossos dias -
e a palavra cotidiana desprezada, que embora já seja palavra apenas,
é da boca pra dentro, e inunda de boa vontade os interiores,
e como sabemos, de boa vontade em boa vontade se vai ao longe,
embora não adiante muito o bonde...

parabéns pra você.

assyno eduardo miranda,
d este porto seguro da jlha do Eire,
oje, qvartªfeira, vjgesºsegº dia do segº mez d este anno de MMVI

15.2.06

meu coração opaco, minúsculo
músculo fraco de dissimulada ação;
o mesmo facão que fere teu peito,
digo-te, efeito no meu não causa não.

então diga, qual lâmina é essa
que depressa corta e abre um vão
entre vontades & desejos, ardente,
rente ao juízo mas fundo ao coração?

amor qual é esse, à própria sorte atirado,
temperado com tempero de pouco sabor;
ao antepor outro amor, pois já enlevado,
desacertado então, o amor torna-se dor.

e soto sentimento, virado do avesso,
confesso e sabido torto desde orto,
porto inseguro do que tenho em apreço,
careço daquilo que não o faz natimorto.


asyno eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
oje, quarta feira, quymzº dia do segº mez d este anno de MMVI

6.2.06

cajuína - caetano veloso

E talvez se tenha se suicidado-se por isso mesmo, por ser demolidor d'estéticas n'onde outros procuravam construir/conquistar carreiras, os (já) ditos tropicalistas (Gil, Caetano & cia), Torquato se afastou de tudo e todos num mergulho solitário - solitarionauta e seus procedimentos suicidiocratas: deixou-se sem resposta a pergunta aqu' inscrita...

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

2.2.06

torquatame.
ferreirame & cabralame
pessoalmente me chamie algo de pound.
haroldame e augustame, pois já ia eliotizar
pitgnatariamente os véus da música:
velosa, buarqua, antunas, nascimenta e gilada
barnabélica, paschoaliana, gismontiana
moraeseira, gilberteira, toquinhada,
na cartola da pixinga, bandolin, pandeiro & viola
ahora eh aghora...

asyno eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
oje, qujmta feira, segº dia do segº mez d este anno de 2oo6