26.3.06
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
7 - Il saluto - Davide Rondoni
Poi il cuore si fa silenzioso
e tutti i clamori, gli stupiti
mancamenti, e questi uccelli impazziti
e dolci di parole chiudono
le ali –
e stanno a guardarti, tornati
immobili sui rami del cuore
osservano fermi con occhietti animali
via quel tuo andare
ma al saluto, ultimo, meraviglia
uguale che dai con il viso sulla spalla perfetti
sarebbero di nuovo già pronti ad alzarsi
far casino, strepitare.
24.3.06
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
6 - Dous poetas galegos...
Longa Noite de Pedra - Celso Emilio Ferreiro
O teito é de pedra.
De pedra son os muros
i as tebras.
De pedra o chan
i as reixas.
As portas,
as cadeas,
o aire,
as fenestras,
as olladas,
son de pedra.
Os corazós dos homes
que ao lonxe espreitan,
feitos están
tamén
de pedra.
I eu, morrendo
nesta longa noite
de pedra.
* * *
In A Silent Way - Manuel Outeiriño
Fóronlle doendo as razóns que dá o tempo,
mais procuraba roelas, ben roídas,
e non daba calado, o que se di
calar, non daba.
Andaba a voces, e adoecido, o pobre,
cos anacos da súa decoración
interiorista: un pórtico de pedra con figuras polícromas.
Morría co frío -viña aí o mal tempo- o pobre de pedir
do seu espírito.
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
5 - A Vera - Nâzim Hikmet
Dentro de mí hay un árbol
traje su vástago del sol.
Sus hojas se balancean como peces de fuego
y sus frutos gorjean como pájaros.
Los astronautas
descendieron hace tiempo a la estrella que guardo dentro de mí.
Hablan en lenguas oídas en sueños
sin órdenes desplantes ni súplicas.
Dentro de mí hay un camino albo.
Por él pasan las hormigas con sus granos de trigo
y los camiones con sus gritos de fiesta
pero está prohibido el paso a los coches fúnebres.
Dentro de mí el tiempo se detiene
como una rosa roja y perfumada.
Pero hoy es viernes y mañana sábado
mucho se me fue y poco me queda pero no me importa.
23.3.06
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
4 - Élévation - Charles Baudelaire
Au-dessus des étangs, au-dessus des vallées,
Des montagnes, des bois, des nuages, des mers,
Par delà le soleil, par delà les éthers,
Par delà les confins des sphères étoilées,
Mon esprit, tu te meus avec agilité,
Et, comme un bon nageur qui se pâme dans l'onde,
Tu sillonnes gaiement l'immensité profonde
Avec une indicible et mâle volupté.
Envole-toi bien loin de ces miasmes morbides;
Va te purifier dans l'air supérieur,
Et bois, comme une pure et divine liqueur,
Le feu clair qui remplit les espaces limpides.
Derrière les ennuis et les vastes chagrins
Qui chargent de leur poids l'existence brumeuse,
Heureux celui qui peut d'une aile vigoureuse
S'élancer vers les champs lumineux et sereins;
Celui dont les pensers, comme des alouettes,
Vers les cieux le matin prennent un libre essor,
- Qui plane sur la vie, et comprend sans effort
Le langage des fleurs et des choses muettes!
21.3.06
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
3 - Llibre de Sinera - Salvador Espriu
[fragments...]
Ordenat, establert, potser intel·ligible,
deixo el petit món que duc des de l'origen
i des d'ell m'envoltà, car arriben de sobte
els neguitosos passos al terme del camí.
Concedida als meus ulls l'estranya força
de penetrar tot aquest gruix del mur, contemplo
els closos, silenciosos, solitaris
conceptes que van creant i enlairen
per a ningú les agitades mans del foc.
Ah, la diversa identitat davallada dels pous,
tan dolorós esforç per confegir i aprendre,
una a una, les lletres dels mots del no-res!
Aücs del vent albardà entorn de la casa.
Vet aquí l'home vell, al davant de la casa,
com alça a poc a poc la seva pols
en un moment, àrid i nu, d'estàtua.
Terra seca després, ja per sempre
fora del nombre, del nom, trossejada
a les fondàries per les rels de l'arbre.
...
Però en la sequedat arrela el pi
crescut des d'ella cap al lliure vent
que ordeno i dic amb unes poques lletres
d'una breu i molt noble i eterna paraula:
m'alço vell tronc damunt la mar,
ombrejo i guardo el pas del meu camí,
reposa en mi la llum i encalmo ja la nit,
torno la dura veu en nu roquer del cant.
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
2 - Dispersão - Mário de Sá Carneiro
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:
Porque um domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família).
O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que te abismaste nas ânsias.
A grande ave doirada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.
Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projecto:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projecto.
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.
Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.
Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... mas recordo
A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.
(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)
E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.
Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.
Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas p'ra se dar...
Ninguém mas quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
Desceu-me n'alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em uma bruma outonal.
Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida
Eu sigo-a, mas permaneço...
.....................................
Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...
.....................................
20.3.06
A Poetry a day to keep the doc away
A 7 days' friendship-repair program!
Al partir, me quedan cosas que acabar,
al partir.
Salvé la gacela de la mano del cazador,pero siguió desvanecida, sin recobrar el sentido.
Cogí la naranja de la rama,
pero no pude depojarla de su corteza.
Me reuní con las estrellas,
pero no pude contarlas.
Saqué agua del pozo,
pero no pude servirla en los vasos.
Coloqué las rosas en la bandeja,
pero no pude tallar las tazas de piedra.
No sacié mis amores.
Al partir, me quedan cosas que acabar,
al partir.
8.3.06
nâzim hikmet
Poet, playwright, novelist, memoirist
born: 1902, Salonica; died: June 3, 1963, Moscow
A fervent nationalist patriot, a socialist whose humanistic views tran- scended barriers of race and country, Nazim Hikmet is considered one of Turkey's very foremost modern poets... and yet for many years his works were banned in his native country and he himself suffered long exile.
"violaram nossos ramos verdes e frescos
fraturaram nossas mãos que seguravam um livro
fizeram escorrer o sangue de nossos filhos. "
tradução (do espanhol): eduardo miranda
born: 1902, Salonica; died: June 3, 1963, Moscow
A fervent nationalist patriot, a socialist whose humanistic views tran- scended barriers of race and country, Nazim Hikmet is considered one of Turkey's very foremost modern poets... and yet for many years his works were banned in his native country and he himself suffered long exile.
"violaram nossos ramos verdes e frescos
fraturaram nossas mãos que seguravam um livro
fizeram escorrer o sangue de nossos filhos. "
tradução (do espanhol): eduardo miranda
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