21.9.06

eu e minha boca ferida, leiloada ao silêncio
numa manhã desprovida de pássaros e sem lascas de sol.
uma nudez de alguma ausência anuncia um acontecimento:

busco devolver o corpo ao corpo... do corpo aos corpos
depois de tudo o que passei:

joões-de-barro despencados galho a galho
pedras desfolhadas em saveiros estelares
surpreso ao constatar que algo em mim ainda cresça,
(apesar de tudo)

a dureza,
à dureza,
àa dureza.
àà dureza.


nascido em fevereiro,
como pude endomingar-me?


asyno eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
oje, qujmtª feira, vigézº primº dia do nonº mez d este anno de MMVI

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