27.12.07
Merry Christmas
Little words from John Lenon SHOULD STILL WORK, but everybody (including me) are so busy to do something...
And so this is Christmas
And what have you done
Another year over
And a new one just begun
And so this is Christmas
I hope you have fun
The near and the dear one
The old and the young
A very merry Christmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And so this is Christmas
For weak and for strong
For rich and the poor ones
The world is so wrong
And so happy Christmas
For black and for white
For yellow and red ones
Let's stop all the fight
A very merry Christmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And so this is Christmas
And what have we done
Another year over
And a new one just begun
And so happy Christmas
We hope you have fun
The near and the dear one
The old and the young
A very merry Christmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear
War is over
If you want it
War is over
Now...
21.12.07
xmas & nuyear
pra pegar o coco / descer com o coco
do pé do coco / e abrir o coco
pra saber se o coco / é oco.
( anônimo, em 'Pequeno Livro dos Despautérios e das Causas Perdidas do Povo do Norte-Leste Brasileiro’, 1757,)
é só iço que ouuerã :
emcoantu aijmda algo d nos meesmos nos falta,
é como averija de seer: nõ podemos dijzer que
ouro o prata nõ teemnhä nenhuüm' ijmportãcia
) ë seer, por seer, com seer ( neesta modernaijdade :
emtam dijguo falhame señr, que valhote, amen
- agora y na ora d mijnha ora . . .
Y neeste novu anno que sy açerca,
que a terra sejanos leve mas nosas oras lomgas . . .
que a gamnãçija nõ ademtre muijto em nossos corações
poijs huü pouco só - y asy só -
casy nõ se apercebe,
- neë tampoco se pod' ijmpedjr.
Y que a paz faça morada na memte dos homeës de maas uontades,
porque os de booas uontades ja a tem!
oh, oh, oh
& felizannonovodenovo &
> 2oo7, 2oismileoit8 <
deste porto seguro d' jlha d' Eire,
oje, sestª feira, vjgesº prjmerº dija d dezº-segº mez deeste Anno-Domijnij d MMVII .
16.12.07
João Garcia de Guilhade
Fez meu amigo gran pesar a mí
e, pero m'el fez tamanho pesar,
fezestes-me-lh', amigas, perdoar
e chegou hoj'e dixi-lh'eu assí:
«Viínde ja, ca ja vos perdoei,
mais pero nunca vos ja ben querrei».
Perdoei-lh'eu, mais non ja con sabor
que eu houvesse de lhi ben fazer,
e el quis hoj'os seus olhos merger,
e dixi-lh'eu: «Olhos de traedor,
viínde ja, ca ja vos perdoei,
mais pero nunca vos ja ben querrei».
Este perdón foi de guisa, de pran,
que ja máis nunca mig'houvess'amor,
e non ousava viír con pavor,
e dixi-lh'eu: «Ai cabeça de can,
viínde ja, ca ja vos perdoei,
mais pero nunca vos ja ben querrei».
13.12.07
a pedra
... aferro-me a palavras minhas e me petrifico:
sou o protagonista dos males que crio
e dos quais sempre busco fugir.
os outros, os seres necrofágicos,
eles são os culpados. e os atraio,
os saúdo e num deles me transformo
ao transbordar minha brutalidade.
asyno eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do eire
oje, dezº terçº dia do dezº segº mez deste anno de MMVII
3.12.07
MY...
... LOVE IS IN THE AIR!
(John Paul Young)
Love is in the air
Everywhere I look around
Love is in the air
Every sight and every sound
And I don't know if I'm being foolish
Don't know if I'm being wise
But it's something that I must believe in
And it's there when I look in your eyes
Love is in the air
In the whisper of the trees
Love is in the air
In the thunder of the sea
And I don't know if I'm just dreaming
Don't know if I feel sane
But it's something that I must believe in
And it's there when you call out my name
(Chorus)
Love is in the air
Love is in the air
Oh oh oh
Oh oh oh
Love is in the air
In the rising of the sun
Love is in the air
When the day is nearly done
And I don't know if you're an illusion
Don't know if I see it true
But you're something that I must believe in
And you're there when I reach out for you
Love is in the air
Every sight and every sound
And I don't know if I'm being foolish
Don't know if I'm being wise
But it's something that I must believe in
And it's there when I look in your eyes
25.11.07
Tô Voltando
Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar, muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar...Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador, enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, ta calor, vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
Faz um cabelo bonito pra eu notar que eu só quero mesmo é
Despentear
Quero te agarrar... pode se preparar porque eu tô voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som, estréia uma camisola
Eu tô voltando
Dá folga pra empregada, manda a criançada pra casa da avó
Que eu tô voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar... Quero lá.. lá.. lá.. ia.....porque eu tô voltando!
3.11.07
um pessoa
Autopsychography
trans-creation by eduardo miranda
The poet is a mere dissimulator
His dissimulation seems so real
That he even dissimulates the dolor
The dolor which he can really feel.
And those who read his writes,
In the pain chore feels well,
Not both the pains he delights,
But the one which no one tells.
Thus in the gutters of the Funny wheel,
Spin, spin, to put my mind apart
This convoy of rope made of steel
This convoy of hope called heart.
* * *
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
fernando pessoa, 27/11/1930
10.10.07
Alguém aí viu o meu Gin? (*)
Remember how she said that
We would meet again
Some sunny day?
Vera! Vera!
What has become of you?
Does anybody else in here
Feel the way I do?
Pink Floyd
(*) Vera Lynn is Cockney slang for Gin.
9.10.07
Flatus
ensaio sobre poema "The Tiger", de Willian Blake
Flatus, flatus, de intenso cheiro, flatus,
O que és, flatus, senão gases expelido pelo ânus?
Dióxido de carbono, hidrogênio e metano na mistura,
E sulfeto de hidrogênio e enxofre para dar a bastura.
E se todos falam de peido, eu também vou falar
Pois peido mesmo são aqueles que deveriam governar
Mas só peidam & peidam, sem vergonha nem decoro,
Pelos cantos, pelas casas, peidam em todos os foros.
Em que narinas & em que pulmões, daqui ou d'além mar
Queimam teus fedores? Donde os planeja fermentar?
Dentre tantos horrores que ainda hoje se atença,
Que bundas & cús brindarás com tua flatosa presença?
Quantos mortos mais? Sejam nos aviões ou nas ruas?
Quais bolsos agora farão morada às tuas falcatruas?
Donde está a vergonha de ter tua cabeça a prêmio,
Se tirar o cú da reta te faz honrado no teu grêmio?
Quais foram os martelos? Quais foram as correntes?
Em que fornalhas ousaste forjar tua infesta mente?
Com que bigornas? Que morsas de mandíbulas infinitas,
Desafiaste tuas mortalhas em quais câmaras malditas?
Flatus, flatus, de intenso cheiro, flatus,
O que és senão o cheiro podre dos teus múnus
Mensaleiros, népotas e coronéis para a mistura
E um pouco de calheiro para dar vazadura.
14.7.07
passarelas
nas passarelas esburacadas do centro de Milão,
com seus vestidos (italianos) &
seus cabelos (italianos) &
suas bolsas (italianas) &
suas sandálias (italianas)...
sozinhas, talvez procurem um varão italiano
que ao bem da verdade pode ser albanês
talvez não egípcio, tampouco marroquino
mas é certo que procuram um varão
para admirar suas sandálias & bolsas & cabelos & vestidos
puramente italianos.
d esta penisola effervescente da terra d'Italia,
oje, sabbato, dezº qvartº dia do septº mez d este anno de MMVII
9.7.07
El Vino - Alberto Cortez
"Sí señor... el vino puede sacar
cosas que el hombre se calla;
que deberían salir
cuando el hombre bebe agua.
Va buscando, pecho adentro,
por los silencios del alma
y les va poniendo voces
y los va haciendo palabras.
A veces saca una pena,
que por ser pena, es amarga;
sobre su palco de fuego,
la pone a bailar descalza.
Baila y bailando se crece,
hasta que el vino se acaba
y entonces, vuelve la pena
a ser silencio del alma.
El vino puede sacar
cosas que el hombre se calla.
Cosas que queman por dentro,
cosas que pudren el alma
de los que bajan los ojos,
de los que esconden la cara.
El vino entonces, libera
la valentía encerrada
y los disfraza de machos,
como por arte de magia...
Y entonces, son bravucones,
hasta que el vino se acaba
pues del matón al cobarde,
solo media, la resaca.
El vino puede sacar
cosas que el hombre se calla.
Cambia el prisma de las cosas
cuando más les hace falta
a los que llevan sus culpas
como una cruz a la espalda.
La puta se piensa pura,
como cuando era muchacha
y el cornudo regatea
la medida de sus astas.
Y todo tiene colores
de castidad, simulada,
pues siempre acaban el vino
los dos, en la misma cama.
El vino puede sacar
cosas que el hombre se calla.
Pero... ¡qué lindo es el vino!.
El que se bebe en la casa
del que está limpío por dentro
y tiene brillando el alma.
Que nunca le tiembla el pulso,
cuando pulsa una guitarra.
Que no le falta un amigo
ni noches para gastarlas.
Que cuando tiene un pecado,
siempre se nota en su cara...
Que bebe el vino por vino
y bebe el agua, por agua."
3.6.07
tankas irlandeses
na mesa posta para o jantar, quatro pratos
ele & ela ainda esperam
os filhos descerem para o jantar
nunca mais vão se mexer
filha
quando maria primeira morreu, zé pensou:
maria segunda está ficando moça.
quando maria segunda morreu, zé pensou:
para dar vazão à minha luxúria
assyno eduardo miranda,
d este porto seguro da jlha do Eire,
oje, domjngo, terçº dia do sestº mez d este anno de MMVII
26.5.07
viscerosamente sozinho.
só assim posso ouvir-me por inteiro,
a todos os apelos e a todas as urgências
de todos os vôos que sempre quis voar
de todos os cantos que sempre quis cantar
de todos os mundos que sempre quis mudar
mas por engrenagens-motivos não me entrosei
todas as seqüelas das antiutopias da utopia
e suas gárgulas quiméricas populando meu imaginário
de todos os excessos que sempre me dispus a cometer
com todas e mais outras adicções estupefacientes
de todas as imersões da minha alma parônima
de todas as emersões de contradições homófonas
a tudo isto quero celebrar,
rápido, rápido, antes que tardo,
pois o fumo já se queimou
e o conhaque pertence ao etéreo
assyno eduardo miranda,
d este porto seguro da jlha do Eire,
oje, sabbato, vigesº sestº dia do qvjmtº mez d este anno de MMVII
21.4.07
notas para um sábado
de manhãs preguiçosas e almoços espaçados,
e nós, atrasados... sempre atrasados!
sessões de cinema no fim da tarde
depois um jazzinho sem muito alarde
e a dança dos lençóis - capítulo à parte!
onde andarás nessas tardes vazias
agora que sábado é só mais um daqueles dias
intermináveis, que parecem não ter mais fim
depois que o sol se põe nas varandas
em que bares? em que cirandas?
por onde andas a te distrair de mim?
assyno eduardo miranda,
d este porto seguro da jlha do Eire,
oje, sabbato, vjgesº-prjmerº dia do qvartº mez d este anno de MMVII
22.2.07
22022007
enquanto desgosto me causo,
pauso agora esta vida de feridas
sabidas e não sabidas, na busca
ofusca(da) da pedra filosofal,
grande mal da humanidade: tentar
tapear a morte e com ouro fácil enricar
quando deveria pensar em volatizar...
volatizar - sendo um Ser mais Sermente -
volatizar-me-ei num SELFware mais SELFwarely!
natalis mihi hodie est:
parabéns para mim.
assyno eduardo miranda,
d este porto seguro da jlha do Eire,
oje, qujmtª feira, vigesº segonº dia do segonº mez d este anno de MMVII
23.1.07
... e não é que há quem diga?
Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender.
(Sergio Sampaio)