22.1.15

pedro, o ex-poeta

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desiste não pedro
essa luta é injusta
         (mas a poesia vale)
altos tombos, e sofridos
         (mas a poesia cura)
papel branco e cabeça vazia
         (mas a poesia volta)
o contador mostra nenhuma visita
         (mas a poesia é tua)

fosse eu, tiraria data e hora
arenques defumado a reiterar
a ilusão de que o tempo existe...
ora pois, já é hora de saberem: existe não!
nós, que acreditamos na força da palavra, sabemos
que o tempo é apenas um subterfúgio poético,
e que a distinção entre passado, presente e futuro
não passa de ilusão... embora teimosamente persistente.

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