22.2.08
22022008
ao norte do núcleo oco do mundo
eu-mudo-contínuo grito solidão.
do sulco púrpuro não-raso não-fundo
não-puro não-imundo corto coração.
mas não há de ser nada não, afinal,
cada qual com a sua própria mesura.
pior que sangrar é sangrar em vão,
já que na sangria ganha-se a cura.
(pura retórica - não passa de palavras,
embora educadas pela pedra, lavra-lavra
pois chamie-me do que bem deixa-vier...
meus campos pignatários hão de florescer)
amanhece diferente este dia, como sempre
eventualmente o primeiro dia do meu ano.
no fundo eu só queria um sonho não-americano
que me desse um sabor de vida & arte...
mas o porta-estandarte do meu próximo amanhã -
o tempo - se achega me trazendo um ramalhete.
no cartão, apenas os dizeres "parabéns para mim"
asyno eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
oje, sestª-feira, vjgesº segº dia do segº mez d este anno Dommini de MMVIII
18.2.08
Canto para Minha Morte
Composição de Raul Seixas e Paulo Coelho, quando ele ainda não era bestiséler
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
14.2.08
Directly From My Heart To You
Lyrics by Frank Zappa
performed by Frank Zappa
Direct
Directly from my heart to you
Direct
Directly from my heart to you
Oh, you know that I love you
That's why I feel so blue
Oh, I pray
Our love would last away
I pray
That our love would last away
Yeah, we'd be so happy together
But you're so far away
Well, I need
(Oh, baby, need you baby)
I need you by my side
Well, I need
Yes, I need you by my side
Oh, I'd loved you little darlin'
Your love I could never hide
My Funny Valentine
Música: Richard Rodgers.
Letra: Lorenz Hart.
My funny Valentine
Sweet comic Valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of art
Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's day
Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't you change one hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Letra: Lorenz Hart.
My funny Valentine
Sweet comic Valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of art
Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's day
Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't you change one hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
7.2.08
velho, mas atualíssimo...
que minha mão não trema
perante os traidores que me deram o veneno
que sai pela boca feito pecado
que vai pela boca mesmo não querendo
asynado eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
n algum dia, d algum mez, d aquelle anno de MXMLXXXVIII
perante os traidores que me deram o veneno
que sai pela boca feito pecado
que vai pela boca mesmo não querendo
snifarei a louca,
bêbado de orgulho, irado de fraqueza
querendo parar a vida num momento,
geometrizando belezas.
bêbado de orgulho, irado de fraqueza
querendo parar a vida num momento,
geometrizando belezas.
tudo me enoja!
não preciso de estantes vazias
preciso sim, cabeça fria
pés firmes,
mãos livres,
olhos abertos...
Permanecer vivo, até o fim,
intocável, incomunicável,
irrespirável, indecifrável,
embalos ateus, adeus:
deus agora e sem, ilumina.
não preciso de estantes vazias
preciso sim, cabeça fria
pés firmes,
mãos livres,
olhos abertos...
Permanecer vivo, até o fim,
intocável, incomunicável,
irrespirável, indecifrável,
embalos ateus, adeus:
deus agora e sem, ilumina.
asynado eduardo miranda
deste porto seguro da jlha do Eire,
n algum dia, d algum mez, d aquelle anno de MXMLXXXVIII
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